Se eu vos disser que já passaram 15 anos desde que realizei a experiência de voluntariado, num orfanato, em Moçambique, razão maior que deu origem ao nascimento da AIDGLOBAL, vocês acreditam? Se eu vos disser que, decorridos estes anos, a nossa Organização tem sede em Lisboa e possui duas delegações: uma em Moçambique, mais concretamente na província de Gaza, no distrito Chibuto, desde 2009, e outra em Porto Santo, na Região Autónoma da Madeira, desde 2018, vocês acreditam? Se eu vos disser que a nossa equipa é composta por 15 profissionais, de diferentes nacionalidades, espalhados pelos nossos 3 escritórios, vocês acreditam? Se eu vos disser que, até hoje, já implementámos 23 projetos, nomeadamente em Portugal e em Moçambique, vocês acreditam? E se eu vos disser, ainda, que através dos nossos projetos, já tocámos a vida de 50 mil seres humanos, envolvendo crianças, jovens, migrantes, docentes, técnicos municipais entre outros, em Portugal, em Moçambique, em Cabo Verde e na Guiné Bissau, vocês acreditam?
ACREDITEM, PORQUE É VERDADE!
Na AIDGLOBAL, temos vindo realizar múltiplos projetos e iniciativas, no âmbito daquela que escolhemos ser a nossa Missão: Agir, Incluir e Desenvolver através da Educação, criando, delineando e implementando, de forma autónoma ou com recurso a parceiros estratégicos, projetos na área da Educação, em Portugal, com enfoque na promoção da Cidadania Global, e em Moçambique, no incentivo à leitura, reduzindo os níveis de iliteracia.
E é assim que, ao longo destes 15 anos de vida, temos vindo a romper com o silêncio, levando a palavra, o livro e a capacidade de aprender e de sonhar aos mais inóspitos e esquecidos locais de Moçambique, incentivando, sempre, a que a os jovens sejam ouvidos junto de quem decide o seu futuro. Temos criado espaços para que sejam audíveis as dificuldades que se vivem por quem, emigrando, procura melhores condições de vida, e não temos deixado que se calem aqueles a quem tiraram, para além da liberdade de expressão, a sua casa, mataram os seus entes queridos e se viram forçados a abandonar o seu país.
Temos ouvido o eco solidário, e já lá vão 11 edições, das trovas dos fadistas que tornam as nossas galas de Fado tão sublimes, e temos, ainda, expressado críticas e vontades, de forma humorística, em tantos risos partilhados com os nossos amigos comediantes, nos espetáculos que, anualmente, decorrem no cinema S. Jorge, em Lisboa.
E porque, ao longo deste tempo, foram muitos os que juntaram a suas vozes à nossa voz, jamais esqueceremos o eco humanitário dos nossos voluntários, dos nossos estagiários, dos nossos profissionais, dos nossos parceiros, dos nossos amigos e, particularmente, dos nossos financiadores, por ouviram o nosso apelo e expressarem substantivamente a sua solidariedade (sorrisos)!
E é por tudo isto, e por esta capacidade de rompermos silêncios, que estamos de parabéns! Continuaremos a acreditar que é pelo caminho da Educação que vamos potenciar o rogo suplicante dos que estão calados, porque a palavra lhes foi cortada pela pobreza, pela injustiça e pela ausência de um livro onde possam aprender palavras novas e expressivas, compreender o mundo e sonhar mais alto.
E porque cantaremos até que a voz nos doa, a AIDGLOBAL prepara-se para vos oferecer uma reunião de vozes que vos tocarão pelas palavras que entoarão. Fiquem atentos, pois, em breve, sábias palavras se ouvirão… e iremos romper novos silêncios!
Susana Damasceno
Fundadora e Presidente da Direção da AIDGLOBAL