
Ebook – Conclusões do Estudo
Apresentação de resultados-chave
A AIDGLOBAL disponibiliza as conclusões do Estudo realizado no âmbito do projeto GVETS e presentes no documento “Ebook”.
- Não existem políticas explícitas e holísticas relativamente à integração de crianças migrantes em nenhum dos países em que se realizou o Estudo. Em 2017, a Comissão Europeia propôs um conjunto de 10 princípios para integrarem sistemas de proteção de crianças, providenciando um enquadramento para o cuidado dos menores na questão da migração, sendo que, no entanto, cada Estado Membro é responsável pelos seus acordos nacionais. Os pequenos migrantes são considerados, em geral, como parte da unidade familiar e são ignorados tanto em termos dos serviços disponíveis como das suas necessidades.
- É necessária uma abordagem mais sistémica e holística em relação ao apoio e capacitação de profissionais que trabalham com crianças migrantes. É fundamental desenvolver estratégias de formação integradas, incluindo a melhoria da qualidade dos recursos da educação e novas metodologias para a capacitação, direcionadas aos profissionais que trabalham neste campo.
- Pesquisas empíricas mostraram que existem bons exemplos de formações organizadas para profissionais que trabalham com crianças migrantes nos países da UE. No entanto, o problema é que, geralmente, elas são baseadas em projetos (surgem a partir de projetos) e a sua continuidade é incerta após o término do respetivo financiamento. Isso aplica-se tanto aos “antigos” quanto aos “novos” Estados-Membros da UE. Esse mecanismo de financiamento não permite a criação de uma rede clara de ações de formação, sendo que nenhuma rede clara e estável foi identificada em nenhum país em que a pesquisa foi realizada.
- Os especialistas e os participantes na pesquisa online apoiaram inequivocamente mais a formação / o curso presencial sobre questões de migração do que o e-learning e consideraram as formações presenciais como sendo as mais adequadas para as questões de migração. O uso das TIC é visto como uma ferramenta auxiliar para enriquecer a oferta, mas não como um substituto da habilitação presencial.
- Profissionais gostariam de receber formação sobre as competências relacionais / soft skills, nomeadamente capacidades de comunicação, resolução de conflitos e de problemas, sensibilidade e conhecimento intercultural, identificação das necessidades da criança e capacidades mais práticas como métodos e técnicas de educação não-formal, integração em práticas das comunidades locais e ferramentas. Além disso, a formação sobre autocuidado foi mencionada como importante, destacando a necessidade de resiliência, autoconsciência / refletividade.
- Os profissionais estão dispostos a participar em ações formativas que utilizem a gamificação e as TIC, para adquirirem e desenvolverem competências. Contudo, é importante não esquecer que nem todos os profissionais têm o nível de conhecimentos informáticos necessários para acompanharem a formação online. Outros pré-requisitos importantes são o acesso fácil e contínuo às tecnologias e um ambiente geralmente favorável / positivo para a sua utilização.
- O processo de gamificação deve ser rigoroso e quase personalizado para os utilizadores finais. O usuário final deve ser claramente identificado, o conteúdo e as instruções devem ser fáceis e terem uma relação clara com a realidade objetiva. Somente assim, será possível facultar uma formação com metas e objetivos concretos.
- Uma questão importante que poderia ser tratada com as ferramentas de TIC é a possibilidade de serem criadas redes diferenciadas para diferentes áreas profissionais. Atualmente, não existe essa possibilidade, apesar da forte demanda de especialistas localizados em instituições, regiões e localidades.
- Outro aspeto relevante que poderia ser ponderado, pelo menos em parte, tem a ver com as ferramentas e a gamificação das TIC — a possibilidade de autocuidado ou, pelo menos, a autoavaliação em termos do estado mental dos profissionais que trabalham com crianças migrantes, a fim de detetar burnouts (esgotamento associado à atividade profissional). A necessidade de formação relativa à questão de autoconsciência / refletividade foi apontada como uma das capacidades que necessitam de formação.
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